Intervenções do BC no câmbio já somam US$ 49,5 bi, diz Meirelles

4/12/2008


EDUARDO CUCOLO
Da Folha Online, em Brasília
“O Banco Central já fez atuações no mercado de câmbio no valor de US$ 49,5 bilhões entre o dia 19 de setembro e o final de novembro para segurar a disparada do dólar”.
São 100 bilhões de reais disponibilizados de forma inconseqüente ao mercado, sabendo que esse dinheiro está sendo injetado gota a gota, favorecendo assim os especuladores, grandes empresas e investimentos com carteira baseada em dólar.

Enquanto isso, nas camadas mais carentes, os de baixo, como dizem os mais preocupados com o social, fica somente o medo de que chegue uma recessão no Brasil, onde a estrutura é baseada, em grande parte, nos apadrinhamentos e coronelismo, com isso, ficamos nas mãos de “bons homens” que farao a diferença com suas intervenções.

A reportagem continua, com noticias nada novas, mas com a intenção de colocar o governo num quadro de boa vontade:

“Compulsórios
O Banco Central informou ainda que as mudanças nos
depósitos compulsórios já injetaram R$ 94 bilhões na economia. O compulsório é a parcela dos depósitos bancários que as instituições financeiras são obrigadas a manter depositado no Banco Central.
Segundo Meirelles, somente o dinheiro destinado aos bancos médios e pequenos e ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) foi de R$ 31,2 bilhões.
Um dos objetivos das mudanças era justamente dar "liquidez" para essas instituições, que dependiam mais da do crédito externo que secou com a piora na crise econômica”.


Como o senhor Meirelles não falou, é bom lembrar que ele também liberou os outros 70 bilhões de reais para os outros bancos, que eles não injetaram esse dinheiro para dar liquidez ao mercado e facilitar o crédito, ao contrario, embolsaram esse valor e ainda aumentaram os juros, cortaram empréstimos ou criaram maiores dificuldades para consegui-lo.
A velha história com as mesmas velhas raposas, o presidente do BC dá aos banqueiros uma soma dessas e espera, sem fiscalização ou regulamentação, sem punição ou aperto, que eles sejam bonzinhos ou éticos, coisa que não existe nessa área aqui no Brasil, principalmente. Agora considerar o responsável pelo banco central um exemplo de gerente, é uma piada de mau gosto e ridícula.
O bom da velha imprensa marrom do Brasil é isso, o jornalista deixa escapar as informações que são relevantes para uma análise critica do artigo ou reportagem, quem poderá nos ajudar? Eis a questão.

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