Reflexão

Momento filófico:

“Você se torna eternamente responsável por aquilo que cativa” Saint Exupéri.

Entao, um momento para refletir sobre várias coisas que dizemos e nas quais não pensamos. Considero um engano de quem leu o livro de Exupéri, “O Pequeno Principe”, dispor dessa frase para avalizar suas convicções ou sentimentos, na verdade, as pessoas usam para dizer que nos prendemos para toda a vida a alguém.

Por outro lado, existe a questão de sermos livres, sermos independentes emocionalmente, não confundir com individualismo, pois cada um é responsável por suas próprias emoções e sentimentos, nao existe ninguém que possa ser responsável pelos meus sentimentos. Como a gente mesmo diz, são nossos sentimentos, como pode alguem ser responsável por algo que só eu posso sentir ou ter?

Baseado nessa colocação, costumo dizer que nunca conheci alguém que me desse amor, que me desse alegria ou que me desse ódio ou raiva, esses sentimentos tem em mim sua nascente, podem até aflorar quando alguém faz algo que me agrade ou desagrade, mas não podem colocar em mim sentimentos.

Os atos, no entanto, são de inteira responsabilidade do seu autor, podendo trazer a outras pessoas reações que variam de acordo com formação, vivências, equilíbrio ou falta deste. Se lembrarmos que cada um tem uma forma de ver o mundo e de agir, que ela independe de meu querer ou da minha vontade, não crio expectativas exageradas em relação a outrém, evitando assim a indisposição emocional que se segue a uma perda, frustração ou decepção.

Portanto, quando Saint Exupéri escreve essa frase, num contexto de uma fantasia, não é uma verdade a ser seguida ou elencada sempre que precisarmos para culpar ou impor culpa a alguém, como comumente é usada. Mas vale aqui a reflexão sobre o termo, para não deixarmos nos levar por todas as coisinhas bonitas sem pensar nelas de verdade.

Comentários

Walkiria disse…
Peraí....quem disse isso de: "Você se torna eternamente responsável por aquilo que cativa”, nao foi a tal da raposa, "amiga" do pequeno principe? Pois é meu Docinho, Ela deseja afeto, mas o quer como uma responsabilidade de mão única. Porém, também somos responsáveis quando nos deixamos cativar – relacionamentos são vias de mão dupla.A Raposa, como uma criança assustada, quer que aqueles que a amam estejam com ela na hora em que ela deseja. Achando que eles são “responsáveis” pela felicidade dela. Ou seja, o outro lhe deve algo por tê-la cativado.A Raposa exige a certeza de um compromisso com hora marcada, impondo regras à troca afetiva. As regras dela, claro, já que ela quer todo o afeto a favor de seu bem-estar. Chega a ponto de dizer que será feliz porque você virá. Como se a felicidade fosse algo condicionado ao outro, à espera do outro, ao encontro com o outro.
Percebeu o tom de chantagem? Ela joga na cara tudo o que faz em nome do outro. Veja que coisa infantil. São as crianças que precisam de horários certinhos e de associar suas emoções às pessoas com quem se relacionam. Sentindo prazer ou desprazer diante da ausência ou presença da mãe ou do pai ou de quem quer que seja. Na criança, ainda não há um universo interior, entendeu? Quando nós crescemos, temos de conseguir ver o mundo através das próprias perspectivas. Enxergar a beleza de um trigal sem nos lembrar de ninguém...em suma, FUJAM DA RAPOSA a raposa NAO é FLOR que se cheire !
Unknown disse…
Pois é, mas foi mais ou menos isso que eu disse, rs