O sistema nas mãos de oportunistas.

Em finais de novembro de 2008, algumas movimentações estavam sendo feitas e mostradas na mídia pelo velho e inescrupuloso sistema capitalista, velho pela sua incontestável falta de visão humana e inescrupuloso por não ver nada além de sua avareza e busca incessante pelo lucro fácil.

Nos últimos tempos o capitalismo em sua rota sanguinária, insensível e ultrajante, vem tentando dar aos governos e a sociedade o tom de sua evolução. No Brasil parece que essa postura é um pouco mais viva, no seu atraso comum em relação aos paises desenvolvidos, as idéias e jogadas que nascem nos paises ricos tendem a se tornarem realidade ou serem aplicadas aqui bem depois de serem experimentadas ou não darem certo lá.

Vimos um vilão com cara de bom moço na TV, em novembro do ano passado, amigo do presidente operário, que se vangloria de serem íntimos, Roger Agnelli, conclamando os insidiosos capitalistas a um ataque aos direitos trabalhistas. Com frases bem elaboradas para evitar ações da sociedade, usando de um bombardeio cheio de retórica e falta de visão humana e social, manipularam os trabalhadores e sindicatos e o estão fazendo até agora, com a idéia de flexibilizar os direitos trabalhistas, mostram esse tipo de ação para a sociedade como se fossem os bons moços, que querem manter o emprego dos trabalhadores, não reduzem a projeção de lucro aos acionistas, não reduzem investimentos ou suas projeções, porque aí seria dar a mão à palmatória em relação ao fracasso do seu sistema de administração e do próprio capital.

Vilão é uma palavra apropriada aos capachos do capitalismo, como Skaf e Agnelli, pois se acham realmente além do bem e do mal, como mostra a reportagem do Estado de São Paulo hoje, dia 29, onde os sindicatos que não aderiram à idéia de licença com salário 50% menor declaram que quem não aderir às medidas propostas pela Vale estão sendo ameaçados de demissão. A Vale não esconde essa postura indecorosa e vil nem para parecer, poeticamente falando, responsável socialmente, pois a matéria cita o assessor político do sindicato de Itabira, que não aceitaram fazer parte de tão deslavada e inaceitável atitude. O assessor diz à reportagem: “O acordo não garante estabilidade na volta e se não quiser aceitar a empresa demite", ou seja, para a empresa não é necessario mais se preocupar com a imagem que vai passar.

Skaf, na sua falta peculiar de bom senso, demonstra isso sempre quando o assunto é relacionado aos direitos trabalhistas, tentou fechar acordos com presidentes de centrais sindicais, nenhum deles confiavel ao trabalhador, para fazer vingar a idéia proposta por Agnelli, com isso eles estão conseguindo alijar as leis das relações trabalhistas e submeter a mais perdas a classe trabalhadora.

Uma coisa é certa, se não agirmos, os movimentos, os partidos, os cidadãos e, em particular os trabalhadores, estamos fadados a entrega de nossas vidas, em pouco tempo, ao neoliberalismo só que agora praticamente como escravos do capitalismo hipócrita e malandro que é cultuado aqui no nosso país. Em Paris, trabalhadores protestaram indo às ruas contra as demissões e descasos para com a classe, aqui pouco se falou ou nada se fez até esse momento, além da visão de malandragem de alguns líderes sindicais e alguns parlamentares demagogos, pouco se fala sobre reação às posturas que estão sendo difundidas nesse momento pelo capital. Ir às ruas é uma necessidade nesse momento, fazer valer nossa voz, reclamar pelo que já foi conquistado e que tende a ser entregue sem muita luta, ou luta nenhuma, é um dever do trabalhador e de todo cidadão de bem.

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