São Paulo, governo delinqüente

Com medidas sempre a favor dos que têm o controle econômico e financeiro do estado, o governo paulista continua sua saga insana de eliminar toda e qualquer possibilidade de reação e de reivindicação dos setores sociais, bem como dos movimentos e de qualquer pessoa que ouse ir contra seu descaso e falta de coerência.
Vimos há pouco tempo como trabalha o governo do tucanato em São Paulo, quando desmoronou a estação ou a construção da mesma em pinheiros, agora se evidencia novamente esse descaso com a queda do viaduto do rodoanel. Como pode um governo que se diz tão preocupado com o que é público permitir essa situação?
Simples, esse governo que ai se instalou não passa de um grupo de demagogos e sem aptidão social, não existe preocupação nenhuma na sua linha de ação que seja voltada realmente a população, mesmo as obras ou ações que beneficiam em algum momento, realmente a população, são concebidas já pensando em retorno financeiro ou para determinados grupos.
A delinqüência desse governo não para por aí, ele se voltou a criminalização da pobreza, dos movimentos sociais e das ações que visam diminuir o peso de políticas traçadas para beneficio próprio ou de pequenos grupos. Vemos ataques frontais aos professores, vemos toda e qualquer manifestação democrática ser rechaçada com violência policial, é o caso das reivindicações dos funcionários públicos e de suas greves, mas ultimamente vai mais longe ainda, da manifestação popular em Santo Andre, a parada Gay daquela cidade.
São atos insanos, cheios da maldade que sempre permeou os mandatos dos que pouco tem a ver com o social, são situações que denotam a clara convicção de políticos sem responsabilidade e sem compromisso social ou com alguma causa.
É um governo que sabe jogar sujo, sabe fazer a política do “Dividir para conquistar”, faz isso com os movimentos, com a população, com os sindicatos e com qualquer manifestação popular que possa interferir em algum momento em sua condução das políticas elitistas. Vi isso nos últimos anos em vários momentos, um deles diz respeito a violação da legitimidade dos movimentos negros, pois esse governo coloca shows no mesmo horário e dia da marcha da consciência negra, visando desarticular esses movimentos. Sabendo da pouca consciência da população e utilizando a seu bel prazer os veículos de manipulação em massa, ele leva o povo como quer, onde quer e para o que quer, sem questionamentos, sem agressões e sem imposição.
A última marcha da consciência negra ficou menor que a anterior, a auto estima negra também cada mais atacada e sem reação. O descaso é tamanho com a vontade popular que o governo municipal proibiu que a marcha acontecesse na paulista, mas não proibiu a parada gay ou a marcha para Jesus ou ainda as festas de natal e ano novo. Fica claro a intenção dessa corja que encampou nossos postos de comando, definitivamente, querem acabar com toda e qualquer reação ao sistema e as imposições do governo, pois somente com a conscientização da população é que esses movimentos tem porque de existirem.
A parada gay, sem desmerecer sua luta, virou uma grande festa, sem reivindicações, somente passou a ser um evento carnavalesco e não conta mais com a real proposta para a qual foi criada, que é de conscientizar as pessoas em relação a discriminação do homossexual, a cobrança dos direitos sociais desse grupo e, mais ainda, cobrar políticas públicas que levem questão da igualdade a ser vista como algo realmente sério.
No caso do movimento negro, pela sua própria constituição, de lutadores, não foi fácil submetê-lo, então o governo começou tirar o que dava alguma visibilidade à ação: o local de grande concentração da mídia, não oferece apoio a essa causa, visto que usam de subterfúgios como os shows para chamar a atenção da massa desinformada e alienada, não permitindo assim que os clamores reais da causa sejam ouvidos.

Além disso, contam também com a politicagem dentro dos movimentos, incentivam isso, alienam os que lá estão com promessas de poder, fornecem uma estrutura corroída e desproporcional ao tamanho da causa cativa os deslumbrados e os desavisados. Essas ações levam aos movimentos grandes prejuízos, pois contam com o egoísmo, a ganância e o desejo de poder dos lideres das organizações, que se acham donos dos movimentos. Esses donos são comandos de partidos hoje no poder, são pessoas que não querem mais largar essa oportunidade e fazem de tudo para se manterem onde estão. Com isso, o governo precisa fazer pouco, pois o que mantém uma luta não é o poder ou o fato de conseguir algumas negociações, mas é o ideal, a luta em si e a busca por uma sociedade mais igualitária.
Perdemos essas premissas que norteiam as lutas, estamos em um momento onde quase toda e qualquer ação é engendrada pelo próprio governo, não tem função real de reivindicação, a maioria das lutas tem função clara, distinta e, de certa forma, democrática, de apoio e outorga aos governantes para que façam o que bem entenderem.
A desarticulação dos setores populares tem sentido uma grande ofensiva por parte da direita inescrupulosa e vil, temos a mídia contra toda e qualquer ação que vem do povo ou que propicie melhores condições ao povo. É bem conhecido o ataque que o movimento negro sofre em relação as cotas, que o MST sofre em relação a suas lutas por reforma agrária, inclusive a mídia transforma bandidos em mocinhos, quando atacam os movimentos, como no caso da Cutrale, que grilou terras do Estado e ninguém fala sobre isso.
Por tudo isso e muito mais, aqui caberia uma grande e boa investigação desse governo marginal, delinqüente e inescrupuloso.

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