o livro negro dos eua, capitulo 2 - al shifa

Quando os americanos atacaram a fábrica de medicamentos, em Cartum, capital do Sudão, em retaliação aos atentados às embaixadas americanas no Quênia e Tanzânia, parecia ao mundo a busca por justiça. O que não ficou claro foi porque de tantas mentiras para encobrir erros primários, que envolviam vidas, tanto as que poderiam estar no local, quanto as que se beneficiavam dos remédios para malária que aquela unidade fabricava. O governo americano, através do presidente Bill Clinton, disse aos meios de comunicação que tinham provas incontestáveis da fabricação de gás dos nervos naquele lugar, a mesma certeza que W. Bush tinha que o Iraque mantinha arsenais de armas químicas.
Na década de 1960, os EUA desenvolveram um composto químico chamado de gás dos nervos, que seria utilizado em mais uma das suas matanças sem necessidade, no Camboja, durante a guerra do Vietnã. O material era tão perverso que uma gota mataria um ser humano em minutos, mas como isso foi inventado pelos americanos, ninguém se dispõe a falar sobre tal coisa.
Com algumas investigações superficiais já se sabia que a trama engendrada pelos EUA para destruir a fábrica sob as desculpas de ser parte dos equipamentos da AL Qaeda era mais uma das milhares de mentiras contadas para destruir sem responsabilidade alguma. Além da falta de estrutura da construção para desenvolver o gás dos nervos, não havia nenhum indício dos componentes da fórmula do gás. Sem contar que, sendo um composto químico tão perigoso, não seria irresponsável demais bombardeá-la sem levar em conta o vazamento desse composto?
Quando se viram acuados, os representantes do governo americano alegaram que a instalação pertencia a pessoas ligadas a Bin Laden, o que foi provado posteriormente que era falsa essa informação. As amostras de solo também não demonstraram a utilização dos componentes do gás. Além de todas as mentiras e tentativas de relativizar e manipular as informações, ficou claro o descaso americano com as vidas humanas, não só as que estavam na fábrica no momento, mas também as que dependiam dos remédios ali produzidos, em um país pobre como o Sudão, era a única a produzir drogas contra tuberculose a preços acessíveis àquela população. A média de habitantes com tuberculose naquele país é de mais de 100 mil, mais de 7,5 milhões de casos de malária e 35 mil mortes anuais por essa doença. São era possível combater tais males com os preços praticados por aquela instalação. O governo americano deveria ter sido considerado um criminoso contra a humanidade. O ataque simplesmente foi desferido com a intenção de mostrar o poderio militar, e criminoso, dos EUA, no intuito de mostrar aos inimigos que quem não está com eles está contra eles. Não importa aquele país quantos inocentes é preciso exterminar para provar seu poder, seu militarismo e ortodoxia política. À época, a mídia mais isenta, especulou que um dos principais motivos para o ataque era desviar as atenções do mundo das peripécias sexuais do presidente, ou seja, sair do pessoal para o geral com mortes para não assumir seus desvios de caráter, se é que se pode assim dizer.
Noam Chomsky, lingüista mundialmente famoso pelas suas posições políticas, escreveu um livro chamado “11 de setembro” onde consta esse trecho aludindo a reação do povo americano em relação às ações de seu governo: “é difícil evitar a conclusão de que, em algum nível mais profundo, embora possam negá-lo a si mesmos, eles vêem os crimes (dos EUA) contra os fracos como tão normais quanto o ar que respiram”.

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