A quem serve o ministério público?
A quem serve o
ministério público?
Há algum tempo tenho exposto minha opinião em relação ao ministério
público; acabo por seguir o senso comum de que ele é essencial, mas algumas
vezes questiono e, às vezes, vou além, digo o que penso em relação a algumas
posturas e posições que os promotores, procuradores, procuradores gerais e
poderosos do MP demonstram.
Vamos lá, em relação aos procuradores, uma das mais
constantes críticas que desenvolvo é o fato de que os chefões desta instituição
são colocados em seus postos, vejam bem, são impostos a população e a sociedade
de acordo com a visão do governo, ou seja, boa parte das ações que são elencadas
no MP são relacionadas a este ente, mas é o
governo que escolhe quem vai ser o dono da bola lá dentro. Normalmente é
um sujeito ligado ao próprio governo, mesmo que muitas vezes o mais
interessante fosse, no mínimo, da sua
lista tríplice, colocar no cargo alguém indicado pelos funcionários.
Eu ainda defendo a eleição direta dos procuradores, de
promotores que defendem áreas que são ligadas
intrinsicamente a sociedade, ou seja, que defenda assuntos ligados a
sociedade e que o governo tenham seu
candidato, nada mais que isso. A sociedade deveria indicar também seu
candidato, assim teríamos em algum momento, alguém mais preocupado com situações voltadas
aos assuntos que digam respeitos ao todo.
Outra coisa que penso ser de uma falta de coerência terrível
é que as ações dos procuradores sejam, no mínimo, dicotômicas. Em um momento
acreditamos que eles devam ser os vigilantes dos outros poderes, algo feito
desde que não incomode o seu chefe, o governo, ou não impute perda de privilégios
ao MP. Nestas duas situações fica clara a capacidade do órgão de ser conivente
com vários lados, algumas vezes temos escândalos que parecem que levarão políticos
e bandidos comuns ricos a punição, mas não vemos ir muito longe uma investigação
neste sentido. Pelo menos não vemos nada publicado com a mesma frequência com
que vemos escândalos. Seguindo a lógica, ainda vejo a promotoria como pessoas
com seus privilégios de ministros do supremo, grandes salários, férias longas, auxílios
vários, alguns dos quais reclamamos em políticos. Em 2012 uma das maiores
vergonha foi o vale refeição retroativo,
que levava dos cofres públicos milhões de reais em uma situação claramente incoerente
com a missão da instituição.
A cada ação desastrosa de membros do MP verificamos alguma
ideologia, normalmente não é a que traz uma visão da sociedade como ente, mas
sim que mantem uma visão indiscutivelmente clara de manutenção do status quo. Mesmo
assim, continuo defendendo o órgão e sua isenção, defendo que o mesmo tenha orçamento
próprio, visto que ficar atrelado ao governo é uma contradição, conflito de
agência, não permitindo autonomia aos que querem fazer algo de produtivo para a
sociedade. Temos lutado, a esquerda, já que pra este tipo de cidadão não entende
o que isso quer dizer, para proteger a sociedade da retirada de algumas funções
que o MP detém, como a investigação em processos, que a direita, representada
pela posição do promotor, quer retirar.
Uma das situações mais vexatórias que vi, espero não estar
errado, já que não conheço o cidadão, sinto-me mal quando cometo injustiças, mesmo
porque tento pesquisar muito antes de criticar ou postar algo que não tenha bom
conhecimento, foi a intervenção desastrosa de um promotor na questão dos
protestos contra aumento das tarifas de ônibus em São Paulo. O promotor em questão
usa um carro, mantido com nosso dinheiro, visto que seu salário não é pequeno
comparado às outras profissões, bem como seus benefícios, ele deveria ser o
primeiro a exigir respeito do estado por manifestações sociais. Com certeza ele
não precisa de ônibus e metrô, não vai pra casa em pé e preso em um veículo
mais parecido com uma lata de sardinha, neste caso, tanto o metrô quanto os ônibus.
Esta coragem de vomitar besteiras não se vê em relação às máfias que controlam
o transporte público, entranhadas no poder, esta coragem este ignóbil não tem. Claro,
sua opinião não pode ser levada a sério como ele pretendia, quando diz que “bugios”
ou macacos, incentivando a polícia, já ignorante por natureza, violenta por
conta do mando do governo ditatorial que é comandado por um governador sem
capacidade e covarde. Também mostra sua ideologia, ou partidarismo, quando
elenca o PT como inimigo a ser demonizado na situação. O desrespeito com o cidadão
que luta e tem coragem de fazer o enfrentamento a um governo desgovernado é
gritante. Vale ressaltar a este ignorante que o PT está no poder e ele não leva
mais ninguém às ruas para defender direitos, age como seu possível partideco, o
PSDB, jogando bombas e atirando contra pessoas desarmadas e usando a força além
do necessário.
A certeza de ser um deus, podendo fazer o que lhe der na
telha, sem levar em consideração a sociedade, o direito e a necessidade de um
olhar mais claro sobre a realidade, levam este promotor a crer que pode isentar
policiais assassinos se fizerem o que ele acha ser certo. Alias, não sei se ele
não está certo em relação a isto, nos últimos julgamentos de policiais, desde matadores
de um motoqueiro na frente da família até os que destruíram o Carandiru, foram
inocentados e parece que o MP não se preocupou muito em fazer com que a justiça
fosse cumprida.
Logicamente a generalização não é a melhor saída, pois o
promotor, conforme o link do Nassif http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-promotor-que-fala-demais,
tem uma postura um tanto ignorante em relação a assuntos onde ele, como promotor,
deveria ser menos torpe. Teve um rebate no blog de alguém que parece não concordar,
se não institucionalmente, mas pessoalmente com esta pessoa que deveria voltar
pro seu lugar, de cidadão insignificante que ele demonstra ser (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-promotor-que-fala-demais);
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